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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Prémio Limão-Palmatoadas 2012

Pride Azores, Free Zone informação alternativa, Diversity, Rede Positivo, e Opus Gay  - organizações LGBT e gay-friendly  de Portugal - juntaram-se para decidir no "Dia Internacional contra a Homofobia", 17 de Maio,  quais as personalidades que mais se distinguiram pela negativa nestes últimos  anos,  na  perseguição ideológica contra os LGBT, pela  intolerância contra a Diversidade, e pela sua homofobia, contra a Cidadania.

As referidas  organizações  são  simultaneamente LGBT, e heteros simpatizantes, gay-friendly, resolveram criar  por isso o "Prémio Limão-Palmatoadas", para lutarem contra  estas posições diletantes na sociedade portuguesa.  A presença das gay-friendly,  nesta parceria pretende chamar a atenção das mulheres e homens heteros, para que  assumam, como estas organizações,   que esta luta é de todos, por ser pelos Direitos Humanos, e não exclusivamente dos LGBT.  Quanto mais inclusivas são as sociedades, mais produtivas e mais felizes são os seus cidadãos.

Por esta razão as entidades que queremos denunciar hoje perante opinião publica portuguesa, são  pessoas que o merecem devido à sua perseguição sistemática aos LGBT, e à sua falta de respeito por este grupo social que pretendem exorcizar,  ou manter na invisibilidade.
Através das suas atitudes, dos seus  discursos, ou escritos, demonstraram larga e consistentemente os seus preconceitos ideológicos, a sua  intolerância, ignorância,  e a sua pertinácia para impedir assumpção da Cidadania plena de uma minoria social substancialmente importante e de pleno direito e que são LGBT, e que muito sofrem, há centenas de anos por causa da homofobia e intolerância reinante nas aldeias, freguesias, vilas e cidades de Portugal.

Decidimos este ano que as entidades que estão na contra corrente da Modernidade, e da Historia, e por isso devem ser denunciadas, e que vão receber  o "Prémio Limão-Palmatoadas 2012” são as  seguintes:

O Deputado Açoriano Pedro Medina do CDS-PP-Açores que se proclama “sempre a favor dos açorianos" mas só os que não são LGBT.  Num requerimento entregue no Parlamento Açoriano, Pedro Medina evoca pretensas razões culturais, sociais e até religiosas para criticar a disponibilidade do executivo socialista regional em patrocinar o primeiro evento regional LGBT, o  primeiro Gay Pride dos Açores que se vai realizar em Setembro em S. Miguel.  Pretende assim impedir a visibilidade e manter o sofrimento psicológico em que têm vivido desde sempre LGBT  açorianos.

Isilda Pegado, a deputada do PSD que lançou uma petição para rever as chamadas  “leis fracturantes de Sócrates”.  A presidente da Federação Portuguesa pela Vida (FPV) pretende a todo o custo lançar uma petição para que sejam revistas as chamadas "leis fracturantes" aprovadas nos últimos anos pelos ex-governos de José Sócrates. Nessa altura promoveu em Lisboa manifestações e procissões, para convencer a opinião publica do acerto das suas posições, sem sucesso.  Em causa diz, estão as leis da reprodução artificial, interrupção voluntária da gravidez, divórcio, educação sexual, casamento entre pessoas do mesmo sexo e mudança de nome e sexo. Estes seis diplomas são os alvos da petição a ser lançada  no congresso da FPV. “É altura de as mudar, é altura de olharmos para a destruição que elas têm causado na sociedade”, afirmou então Isilda Pegado num debate da Rádio Renascença. É claro que pretende de qualquer maneira impedir a Cidadania dos LGBT e promover  também a sua invisibilidade social .

José António Saraiva, director do conhecido semanário "Sol " e autor do artigo  "Homossexuais Contestatários "  onde diz que a homossexualidade "é uma moda" transformando assim a orientação sexual das pessoas numa "moda", confundindo orientação sexual com "opção", ressaltando como o justo testemunho de um ser reprodutor – porque heterossexual, claro está – a tentar passar os seus preconceitos pessoais às gerações seguintes e vindouras. Esta atitude é tanto mais grave quanto se trata do director de um jornal prestigiado, e portanto difusor de ideias, e que não deveria tentar formar, mas apenas informar.  Se fosse noutro país teria sido demitido, ou teria de apresentar escusas públicas, pelos disparates publicados.

José Marques Teixeira, psiquiatra.  A 2 de Maio, num artigo de um jornal, o presidente do Colégio de Psiquiatria da OM, José Marques Teixeira, considerava que pode ser possível dar resposta a um homossexual que pede ajuda médica para mudar de orientação sexual.  Várias organizações solicitaram ao bastonário que se pronunciasse, ao mesmo tempo que o psiquiatra Daniel Sampaio promoveu a petição que teve 780 assinaturas exigindo também uma clarificação da Direcção da Ordem e "uma tomada de posição do Colégio da Especialidade de Psiquiatria".  Do Colégio de Psiquiatria ainda não houve "tomada de posição técnica" sob o pretexto que José Marques Teixeira falara "a título pessoal".  O bastonário respondeu às organizações, por escrito, a 14 de Maio e considera que alterar a orientação sexual de "um doente não constitui uma violação ética".  

Recordamos que cientificamente, desde 1973 a homossexualidade não é considerada doença na América.   
Em Portugal a HOMOSSEXUALIDADE não é crime desde 1986, mas a HOMOFOBIA é criminalizada (discursos de ódio) desde 2007. O Dia Internacional contra a Homofobia é festejado em 17 de maio,  data escolhida lembrando da exclusão da Homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde da Organização Mundial da Saúde em 17 de maio de 1990, oficialmente declarada em 1992.

Contudo continuamos a assistir a discursos de ódio, que permanecem latentes como politicamente correctos na sociedade portuguesa, desinformada e formatada pelo discurso  hetero-sexista, e pela herança machista dos tempos de Salazar,  sempre acoitada pelas posições retrógradas, das várias religiões monoteístas.

1 comentário:

  1. Parabéns da Opus Gay pela partilha desta iniciativa, que no Continente mereceu ser noticia nos jornais Publico,"I", Dezanove e outros.
    O deputado homofóbico do CDS-Açores foi noticia em todas as páginas,por estas más razões.
    Conto poder vir a estar convosco todos no dia do Gay Pride dos Açores, uma excelente iniciativa que vai de algum modo mudar a face social das vossas belas ilhas.
    Antonio Serzedelo
    Presidente da Opus Gay
    anser2@gmail.com

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