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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A Minha Experiência na 1ª Marcha LGBT nos Açores

Passaram 2 semanas, mas eu não me esqueci da 1ª Marcha LGBT que aconteceu nos Açores.

Participei nos últimos 3 dias apenas e no início remoto da ideia, mas foi já suficientemente emocionante para que tenha sido muito dentro de mim.

Antes de mais vale a pena lembrar, que foi super importante ter começado com pequenas coisas há quase 1 ano atrás e que só assim se começaram a levantar opiniões e se começou a consolidar uma base para que o festival acontecesse.

Partindo agora para o Festival em si.
A conferência sobre "Ser LGBT nos Açores" foi um momento de libertação pessoal inesperado. Foi a primeira vez que vi tantas pessoas exporem a sua orientação sexual em público aqui nos Açores, sem estar com medo de ser julgad@s por quem quer que seja. Se perceber que as histórias de cada pessoa têm contextos e dimensões diferentes foi muito bonito, ter uma plateia tão composta também o foi.
O dia seguinte no Arco (ainda que com menos gente acabou por ser 1 boa forma de perceber a importância de ter uma iniciativa destas, através das perspectivas de activismo diversas por parte dos padrinhos e madrinha da Marcha. O ambiente foi descontraído e a reduzida quantidade de pessoas também permitiu todo um à vontade para que cada orador/a se expressa-se de uma forma menos formal. (Digo isto porque estava à espera de uma coisa muito diferente.) Por último, e para mim a expressão verdadeiramente pública de uma semana muito intensa, a Marcha.
A meu ver, durante a semana se foi vendo a grande homofobia da sociedade açoriana e, ao mesmo tempo, a vontade expressa de algumas pessoas em lutar contra isso. Na Marcha o mais impressionante foi ver que quem era contra, mas foi ver, engoliu em seco, dada a felicidade de quem estava a passar à sua frente.

Antes da Marcha tinha estado com algumas pessoas a fazer cartazes que começaram a ser tão criativos, que eu até tive dúvida da aceitação em relação às ideias que transmitiam, mas tanta foi a galhofa a fazê-los, que pelo menos divertido me pareceu que ia ser. E foi.
Foi lindo ver o espanto de quem observava.
Foi lindo ver a alegria de quem marchava.
Foi lindo ver a junção de quem lá queria estar mas tinha medo.
Foi feio, mas esperado, ver como as entidades governamentais se desmarcaram deste festival, seja as que se disseram muito solidárias com a causa, seja as que se disseram contra (dessas já era esperado claro está).
Foi lindo ver que, contra todas as nossas expectativas, estiveram muito mais pessoas presentes do que esperávamos... do que esperavam.

Tenho orgulho sim, em ter feito parte deste processo, ainda que não com a entrega que queria.
Tenho orgulho sim, em tod@s as pessoas que marcharam sem ter medo.

Agora, só espero que para o ano mais haja, com mais gente ainda e com menos barreiras.

Catarina Fernandes

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