quarta-feira, 28 de maio de 2014
domingo, 18 de maio de 2014
Mais visibilidade, mais educação
Mais visibilidade, mais educação
17 de Maio é o Dia Internacional Contra a Homofobia e Transfobia.
Nos Açores esta data foi marcada, pela terceira vez, pela Associação LGBT Pride Azores. Desta vez coube à cidade Património Mundial de ser a anfitriã, depois de em passados anos a Horta, Faial e São Roque do Pico terem sido os locais do evento de sensabilização para com assuntos LGBT (Lésbica, Gay, Bissexual, Transgenero).
O evento em Angra do Heroismo começou com um "cordão humano" na Praça Velha onde participantes deram as mãos em solidariedade para com todas e todos os indivíduos que sofrem devido à sua orientação sexual. Em 2013 a associação recebeu contato de 52 pessoas que foram vítimas de atos homofóbicos, e nos primeiros 4 meses deste ano já recebeu comunicação de 17 açorian@s. Hoje em dia, as pessoas já começam a ter coragem de denunciar a alguém que estes crimes acontecem. Infelizmente ainda ninguém foi jurado num Tribunal de Justiça regional por um crime de homofobia - os casos são sempre suspensos, ou as vitimas desistem no processo.
Quando entraram na Câmara Municipal de Angra do Heroismo, participantes encontraram nas cadeiras do Salão Nobre, flores com mensagens. Estas flores foram uma participação no Nucleo de Iniciativas de Prevencão e Combate à Violência Doméstica. Depois de lerem as mensagens, o Presidente da Pride Azores, Terry Costa, deu as boas vindas e durante o evento foi lendo mensagens que açorianos e açorianas tinham mandado à associação. A Psicóloga Rita Ferreira da UMAR Açores leu a mensagem distribuida este ano pela Pride Azores, "Palavras que o vento não leva", um resumo da tese de Catarina Rodrigues, assim incentivando um diálogo sobre educação.
O Comandante da PSP de Angra Alfredo Rodrigues, o Advogado Jurista Luis Rafael do Carmo, o Presidente da Juventude Socialista Açores Guido Teles e o Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroismo Alamo Menezes todos contribuiram com sua palavras de apoio à causa. Momento histórico para a Pride Azores quando o Presidente Alamo Menezes disse em público "as portas desta casa estão abertas para colaboração com Pride Azores, não só neste evento mas o ano inteiro".
A conversa da falta de materiais nas escolas para educar sobre assuntos de homossexualidade e homofobia terminou o evento, onde se encontravam vários professores das escolas de Angra, entre outras pessoas que vieram pela curiosidade no assunto e apoio à diversidade.
Mais visibilidade, mais educação é o lema deste ano, e assim Pride Azores continua o movimento pelos municipios dos Açores incentivando seus cidadãos e cidadãs a viver naturalmente perante a sociedade, "não é necessário esconder a nossa orientação sexual" termina Terry Costa.
A associação lança novamente o desafio aos municipios, para que em 2015 este evento seja marcado com o apoio de uma nova Câmara da região. Continuar a trabalhar com Angra do Heroismo, especialmente depois das grandes palavras do seu Presidente Alamo Menezes, agora também entra nos planos da Pride Azores.
O próximo evento público da associação LGBT Pride Azores é o Festival Pride Azores, que inclui a Marcha, no dia 30 de agosto na cidade de Ponta Delgada. www.prideazores.com
Mais fotos do evento no facebook da Pride Azores e também na página da CMAngra.
Noticia na dezanove.pt
17 de Maio é o Dia Internacional Contra a Homofobia e Transfobia.
Nos Açores esta data foi marcada, pela terceira vez, pela Associação LGBT Pride Azores. Desta vez coube à cidade Património Mundial de ser a anfitriã, depois de em passados anos a Horta, Faial e São Roque do Pico terem sido os locais do evento de sensabilização para com assuntos LGBT (Lésbica, Gay, Bissexual, Transgenero).
O evento em Angra do Heroismo começou com um "cordão humano" na Praça Velha onde participantes deram as mãos em solidariedade para com todas e todos os indivíduos que sofrem devido à sua orientação sexual. Em 2013 a associação recebeu contato de 52 pessoas que foram vítimas de atos homofóbicos, e nos primeiros 4 meses deste ano já recebeu comunicação de 17 açorian@s. Hoje em dia, as pessoas já começam a ter coragem de denunciar a alguém que estes crimes acontecem. Infelizmente ainda ninguém foi jurado num Tribunal de Justiça regional por um crime de homofobia - os casos são sempre suspensos, ou as vitimas desistem no processo.
Quando entraram na Câmara Municipal de Angra do Heroismo, participantes encontraram nas cadeiras do Salão Nobre, flores com mensagens. Estas flores foram uma participação no Nucleo de Iniciativas de Prevencão e Combate à Violência Doméstica. Depois de lerem as mensagens, o Presidente da Pride Azores, Terry Costa, deu as boas vindas e durante o evento foi lendo mensagens que açorianos e açorianas tinham mandado à associação. A Psicóloga Rita Ferreira da UMAR Açores leu a mensagem distribuida este ano pela Pride Azores, "Palavras que o vento não leva", um resumo da tese de Catarina Rodrigues, assim incentivando um diálogo sobre educação.
O Comandante da PSP de Angra Alfredo Rodrigues, o Advogado Jurista Luis Rafael do Carmo, o Presidente da Juventude Socialista Açores Guido Teles e o Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroismo Alamo Menezes todos contribuiram com sua palavras de apoio à causa. Momento histórico para a Pride Azores quando o Presidente Alamo Menezes disse em público "as portas desta casa estão abertas para colaboração com Pride Azores, não só neste evento mas o ano inteiro".
A conversa da falta de materiais nas escolas para educar sobre assuntos de homossexualidade e homofobia terminou o evento, onde se encontravam vários professores das escolas de Angra, entre outras pessoas que vieram pela curiosidade no assunto e apoio à diversidade.
Mais visibilidade, mais educação é o lema deste ano, e assim Pride Azores continua o movimento pelos municipios dos Açores incentivando seus cidadãos e cidadãs a viver naturalmente perante a sociedade, "não é necessário esconder a nossa orientação sexual" termina Terry Costa.
A associação lança novamente o desafio aos municipios, para que em 2015 este evento seja marcado com o apoio de uma nova Câmara da região. Continuar a trabalhar com Angra do Heroismo, especialmente depois das grandes palavras do seu Presidente Alamo Menezes, agora também entra nos planos da Pride Azores.
O próximo evento público da associação LGBT Pride Azores é o Festival Pride Azores, que inclui a Marcha, no dia 30 de agosto na cidade de Ponta Delgada. www.prideazores.com
Mais fotos do evento no facebook da Pride Azores e também na página da CMAngra.
Noticia na dezanove.pt
Diàrio Insular, 20 maio 2014
Palavras que o vento não leva, por Catarina Rodrigues
Palavras que o vento não leva
Respeito, Tolerância,
Igualdade, Inclusão, são palavras que ouvimos constantemente, quer pela
comunicação social, quer no nosso dia a dia, nos mais diversos contextos.
Assistimos à adoção em massa de um discurso que hoje é tido como socialmente
correto no que diz respeito a questões como a orientação sexual. No entanto, é
necessário analisar e desconstruir esse discurso de forma a tentar compreender
se o mesmo corresponde à apropriação do conceito que ele próprio encerra, isto
é, a consciência para práticas que têm em conta a diversidade.
De acordo com os
resultados da investigação de carater qualitativo que pretendeu aceder à
compreensão dos discursos e da ação de professores, a lecionar na ilha de São
Miguel, em relação à homossexualidade, e que deu origem à dissertação de Mestrado
Discursos sobre homossexualidade numa
comunidade educativa: perspetivas de professores (Rodrigues, 2012),
apresentada na Universidade dos Açores, ainda existem muitos constrangimentos
em relação à homossexualidade, embora muitas vezes camuflados por um discurso socialmente
polido. De um modo geral, encontraram-se professores que conseguem identificar
preconceitos, estereótipos e situações de discriminação devido à orientação
sexual, tanto na sociedade como na escola. No entanto, eles próprios têm
enraizado o modelo heterossexual da sexualidade, de que fazem uso, tanto na
vida pessoal como na prática profissional.
Na escola, é a partir
da ideia de heterossexualidade que os conteúdos são elaborados e que os
discursos são produzidos. Perguntar a um rapaz "Já tens namorada?" e
a uma rapariga "Já tens namorado?", ignorando outras possibilidades
de relação afetiva, é algo que está tão interiorizado e mecanizado como "a
ordem natural das coisas", que parece não admitir outras formas de sexualidade.
No referido estudo, apenas uma professora evidenciou a utilização de um
discurso abrangente, justificando para tal as diversas formações que teve sobre
sexualidade e afetos, as quais lhe despertaram para a importância da utilização
de um discurso respeitador da diferença.
Ainda de acordo com os
resultados desta investigação, a referência à homossexualidade como forma de
insulto entre alunos parece ser uma prática tão comum que, na generalidade, não
é considerada uma forma de agressão. Comentários como "maricas",
"zabela" ou "paneleiro" fazem parte do dia a dia escolar e são
muitas vezes ignorados pela comunidade educativa. De facto, parece existir uma
grande lacuna na formação dos professores no que se refere à sexualidade e, especificamente,
à homossexualidade. Estes profissionais, que deveriam ser os principais agentes
de mediação e combate de práticas discriminatórias dentro da escola, pela
afirmação ou pelo silenciamento vão legitimando determinadas práticas sexuais e
reprimindo outras, e assim exercendo uma pedagogia da sexualidade, muitas vezes
sem terem disso consciência.
Toda esta problemática
ganha particular relevância quando falamos de adolescentes, pois para além das
profundas alterações que vivenciam a nível físico e nos domínios cognitivo,
psicológico, afetivo e relacional, têm a complexa tarefa de conciliar todas
essas transformações com a exigências sociais e esperanças pessoais de formar
um autoconceito coerente, isto é, uma identidade. E se a escola nega ou ignora
outras formas de sexualidade que não a heterossexualidade, está a oferecer
poucas oportunidades para que os adolescentes e jovens assumam, sem culpa ou
vergonha, a sua orientação sexual.
Então, se queremos realmente uma sociedade mais
justa, podemos começar por alterar os discursos. A discriminação não se
manifesta apenas por atitudes violentas e homofóbicas, vindo, muitas vezes, dissimulada
em discursos que se dizem "tolerantes".
Citando o escritor
Vergílio Ferreira, "Há no
homem o dom perverso da banalização. Estamos condenados a pensar com palavras,
a sentir com palavras, se queremos pelo menos que os outros sintam connosco.
Mas as palavras são pedras”. E, infelizmente, não são levadas pelo vento. Pelo
contrário, vão deixando marcas nas histórias pessoais e moldando quem as ouve.
A escola, como espaço que propõe educar e propiciar recursos
para a evolução intelectual, social e cultural do homem, tem o dever de formar
gerações mais informadas e sem preconceitos. Mas todos nós, enquanto sociedade,
também temos um papel. Não somos só o produto, também somos produtores da
sociedade em que vivemos.
Na equação do respeito pela diversidade,
as únicas variáveis somos nós. Não deixemos que esta seja uma tarefa para
"os outros", pois "os outros" dos outros, somos nós.
- Catarina Rodrigues
quinta-feira, 8 de maio de 2014
17 de Maio 2014 na ilha Terceira
Associação LGBT Pride Azores promove um evento de
ação pública na ilha Terceira com o apoio da Câmara Municial de Angra do
Heroísmo.
Está previsto a realização de um "cordão humano", na praça em frente às portas da Câmara, em que os participantes dão as mãos em nome de todos os seres humanos que sofrem devido à sua orientação sexual. O programa continua no Salão Nobre da Câmara Municipal de Angra do Heroismo para uma conversa tertúlia sobre o assunto, incluindo testemunhos para que continuamos a combater as fobias na nossa sociedade através de educação e visibilidade do ser.
"Todas
as pessoas são bem vindas, não interessa a orientação sexual, interessa
a luta para uma sociedade mais justa de respeito para com todos os
seres humanos," diz Terry Costa, presidente da Pride Azores, "Educação é muito importante e hoje em dia só através de visibilidade é que chegamos lá, por isso este evento é realizado anualmente de portas abertas num local público."
sábado 17 de Maio 2014
Dia Internacional contra a Homofobia, Bifobia, Transfobia
18h00
Dia Internacional contra a Homofobia, Bifobia, Transfobia
18h00
encontro na entrada da Câmara Municipal de Angra do Heroismo, Terceira
Está previsto a realização de um "cordão humano", na praça em frente às portas da Câmara, em que os participantes dão as mãos em nome de todos os seres humanos que sofrem devido à sua orientação sexual. O programa continua no Salão Nobre da Câmara Municipal de Angra do Heroismo para uma conversa tertúlia sobre o assunto, incluindo testemunhos para que continuamos a combater as fobias na nossa sociedade através de educação e visibilidade do ser.
O Dia Internacional contra a Homofobia, Bifobia e Transfobia é marcado em 17 de maio. A data foi escolhida lembrando da exclusão da Homossexualidade da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 17 de maio de 1990, oficialmente declarada em 1992. Um pouco por todo o mundo faz-se neste dia incluindo actividades a sensibilizar as pessoas no assunto.
Este é o terceiro ano que a Pride Azores marca o dia 17 de maio, depois da Horta, Faial e São Roque do Pico a associação agradece o apoio da Câmara Municipal de Angra do Heroismo para que o evento se manifeste na ilha Terceira.
foto por Maria Beatriz garcia; modelo Sofia Montenegro;
obrigado pelo cartaz Ruben.
obrigado pelo cartaz Ruben.
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