Voto de saudação não é suficiente para Pride Azores
"O direito de nos manifestarmos e de termos orgulho naquilo que somos, naquilo que nos dá prazer, de quem gostamos, de defender as nossas convicções, são direitos humanos, fundamento de qualquer regime democrático." Assim começa o voto de saudação à Marcha LGBT dos Açores, apresentado no Parlamento dos Açores pelo Bloco de Esquerda, aprovado com os votos de todas as bancadas e abstenção do PSD/A.
A
associação LGBT (lésbica, gay, bissexual, transgenero) Pride Azores tem
em conta e agradece a ação do Bloco de Esquerda em levar a questão para
dentro do Parlamento, mas o grande desafio de todos os movimentos,
incluindo os que lutam pela diversidade sexual e de género, é trazer o
Parlamento cá para fora.
Terry Costa,
presidente da Associação LGBT Pride Azores reconhece que qualquer
iniciativa de visibilidade é importante adicionando que "Visibilidade é
educação, mas não é com votos de saudação entre as paredes do
Parlamento que mudamos a realidade diária das pessoas que são
discriminadas nos Açores, é urgente uma política de proximidade para
quem ocupa cargos político-partidários entender o mundo para além dos
gabinetes, a realidade diária das pessoas LGBT nos Açores."
Cassilda
Pascoal, ativista social, diz que "Das cadeiras do parlamento é fácil,
agora na rua junto com as pessoas nem vê-los. O próprio texto da
iniciativa parlamentar não é satisfatório para gerar sentimento de total
identidade com a população LGBT, comete falhas ao reforçar algumas
ideias pré-concebidas. Esses fatos representam bem o distanciamento
entre quem está em cargos de decisão e o povo e deixa clara a falta de
compromisso entre os parlamentares com a população."
Nem de levantar o dedo a bancada do PSD/A é capaz
Na
continuação do debate, a deputada Zuraida Soares afirmou que "Não há
abstenção para um responsável político quando a luta pelos Direitos
Humanos está em causa". Mas aconteceu na bancada do PSD/A que se demitiu
de tomar posição, usando a abstenção para camuflar os seus ideais
conservadores.
"Nem levantar um dedo em favor ou contra deste voto de saudação, os deputados do PSD/A foram capazes. Fico triste por ver alguns destes indivíduos sem coragem, nem autonomia, para lutar por quem são. É uma pena que a homofobia interna e o medo reine no PSD/A, mas isto também mostra o quanto trabalho é necessário para fazer nos Açores, quando nos defrontamos com situações em que uma coisa tão simples como levantar o dedo parece impossível para alguns", acrescenta Terry Costa.
"Nem levantar um dedo em favor ou contra deste voto de saudação, os deputados do PSD/A foram capazes. Fico triste por ver alguns destes indivíduos sem coragem, nem autonomia, para lutar por quem são. É uma pena que a homofobia interna e o medo reine no PSD/A, mas isto também mostra o quanto trabalho é necessário para fazer nos Açores, quando nos defrontamos com situações em que uma coisa tão simples como levantar o dedo parece impossível para alguns", acrescenta Terry Costa.
A
Associação LGBT (lésbica, gay, bissexual, transgénero) Pride Azores foi
criada com o objetivo de trabalhar o combate à forte homofobia que se
manifesta sob várias formas nos Açores, consequente de medos,
desconhecimento e ignorância. Pride Azores chama a
atenção a todas as entidades governamentais e não-governamentais,
educadores, comunicação social e famílias, para a mudança urgente da
sociedade atual. Não pode ser aceitável que se continue a educar para o
ódio e preconceito em vez de se educar para o amor e o respeito. Que
legado social é este que vamos deixar às futuras gerações? Continuar a
dizer-lhes que vão embora se querem liberdade e paz social porque nos
Açores não conseguem?
É urgente agir agora para que todos os passos sejam dados em frente. A Pride Azores continuará na luta pela liberdade, contra todos os preconceitos.
É urgente agir agora para que todos os passos sejam dados em frente. A Pride Azores continuará na luta pela liberdade, contra todos os preconceitos.